quarta-feira, 6 de maio de 2009

Piano


E a melodia não parava, eu sonhava o impossível entre nota e nota, devagarinho cada sorriso que se desprendia me encantava, a atenção era tanta, não ia falar, só sonhava, quando surgia uma parte agitada na melodia eu despertava do sonho que tinha e via a firmeza mas prazer com que fazias deslizar os dedos no velho piano. De quando em quando parecia que terminavas, eu assustava-me não queria que tivesse fim, a melodia soprava aos meus ouvidos num sossego e paz inexplicável não me cansava, depressa a calma voltava e a melodia tomava a suavidade e delicadeza que me fazia adormeçer, em cada som sentia uma promessa secreta que nunca chegaria a ser falada da forma directa, um acordo só nosso em que só o piano era testemunha do que se estava a passar naquela sala escura e doce em que as palavras se desenrolavam por melodias de cumplicidade. Cada beijo comprometido num silêncio rápido, de nota para nota. Um olhar profundo e desajeitado surgia na mente de forma rápida mas inesquecível, tal como a melodia que me fazia adormecer num sonho feliz, em que a noite calma e fria iluminava os dias mais escuros. O encanto que tinha fazia-me acreditar que tudo era possível e fecho os olhos entrego-me simplesmente à música e no que ela fizer decorrer.

1 comentário:

  1. sou eu que te faço ser quem tu vais ser um dia!! ainda agora se notou que estas a ficar no ponto ahahha estas a ficar uma aprendiz de ba adoro-te best

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