sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Cambridge











Foi com um grande gosto que tive a oportunidade de voltar a repetir a experiência de voltar a Inglaterra!!!


Agora numa cidade, onde os corvos elegantes e esbeltos vigiavam as ruas e os céus, lá me encontrava eu desta vez num grupo de amigos todos nós vindos de Portugal e bem unidos, uns já se conheciam outros brevemente se aproximava o momento, ficámos a dormir numa pensão onde todas as noites nos amontoava-mos num quarto e assim pernoitávamos. Só quando apareciam os Go To Bed é que nos escondíamos e mal eles viravam costas... A festa recomeçava e ninguém nos iria parar.


As aulas animadas proporcionaram-nos novas amizades, desta vez com pessoas de outros países e por vezes até faltá-mos, neste local não havia praia mas existiam centros, jardins lindos e casas encantadoras com ruas longas que com a nossa alegria tudo se tornava um sonho. A uma curta distância muitas vezes íamos ao centro comercial.


Fizemos uma luta entre portugueses e espanhóis que não correu da melhor forma acabando em zaragata mas, foi completamente divertido. A feira de diversões instalou-se por sorte ou coincidência num grande jardim que lá existia e claro nenhum largou as diversões por um segundo e de noite íamos para a pensão repetindo-se por vezes a brincadeira das escapadelas nocturnas para nos divertirmos mais umas horas!


Um ambiente acolhedor que juntos formámos, a comida repetida que comíamos e a chuva melodiosa que batia nas janelas, que abrandava e tornava a brotar dos céus.


As festas, a ida a Londres que foi divertida e só quem foi sabe o quanto eram divertidas as nossas idas a lojas!A feira com roupas hippies que todos procurámos.



As saudades que guardo de tudo e de todos!

Felizmente já cá estamos todos em Lisboa e nos encontramos mantendo sempre o contacto, uns mais, outros menos. Mas as saudades não vão desaparecer! E as amizades também não, acima de tudo e sem dúvida, o mais importante. Os choros repetiram-se e a amizade guarda-se sempre. E mais uma vez digo que sonho lá voltar e rapidamente!!! Saudades!!! E um grande beijinho para o pessoal que tornou aqueles 15 dias brutais.


-E agora o poema que fizémos:


"Cambridge summer camp 2007"


"Onze e vinte
Hora de chegada
Tudo com cara de pedinte
Todagente fatigada
Ninguém se conhecia
Mas já todos se falavam
Sobre o que queriam ser um dia
E em que escola é que andavam
Três horas no aeroporto
Mais outras duas então
Já andava tudo torto
A rastejar pelo chão
Uma noite passada
Não chegou para recuperar
Mas a ‘good morning’ stressada
Pôs tudo a acordar
Aulas e actividades
Supostamente em inglês
Mas não havia novidades
Só se falava português
Mais uns dias se passaram
Sempre da mesma maneira
Todos se fartaram
Até começar a feira
Com dinheiro para gastar
Com tiros e diversões
Começaram a despertar
As novas emoções
Com dardevil a bombar
O pessoal não queria mais nada
Todos queriam voar
A diversão foi a mais falada
Noites a tentar escapar
Daquela ‘go to bed’
Só queríamos falar
A loira devia estar ‘dead’
Ela ia embora e nos fazíamos a festa
Quando ouvíamos barulho
Pensávamos: ‘merda, ainda não é desta’
Os dias foram passando
E na piscina havia escorregas
Lá íamos nos deslizando
As apalpadelas e as cegas
Jantares a horas anormais
Que nos deixavam esfomeados
Horas depois parecíamos animais
A procurar comida por todos os lados
Tanta chuva a cair
Só nos fazia pensar no sol de Peniche
Já havia gente a tossir
Mas como é que é? Tas fixe?"

Broadstairs







O avião partira e todos falávamos e riamos, alegres com os 15 dias maravilhosos que nos esperavam, naquele local distante.
A família que me acolheu era surpreendentemente simpática, lembro-me de passar horas a fio durante a noite a observar toda aquela terra que tão rápido me prendeu o coração, as luzes da noite que me encadeavam, o silêncio devastador que eu tanto apreciara, o mar macio que rebolava negro com a lua que insidia nele e com as suas estrelas reluzentes que guardo com amor. Lá estava eu, sentada na janela com as pernas descansadas no telhado da casa, sozinha naquele sótão agradável com riscas verdes e azuis que cobriam as suas paredes, e o som do piano que eu imaginava na minha mente ao observar o mar e a pensar em tudo.
Mais um dia passava, as aulas de manhã recomeçavam e eu com uma felicidade que me admirava a mim mesma! Os meus colegas e amigos que fizera naquele curso lá estavam à porta da casa que me acolhia esperando por mim. O pequeno-almoço tomado num ápice e a excitação era certa, na sala de aula e fora dela formava-mos grupos com quem fizera-mos amizades, éramos portugueses, franceses, espanhóis, italianos, turcos enfim tudo! Ora falávamos em português ou em espanhol ou em inglês com tentativas falhadas e também acertadas mas, todos entediam mesmo quando misturávamos português com espanhol ou inglês com espanhol, era incrível como todos nos dávamos bem. As palhaçadas que fazíamos na rua, as discussões entre raparigas os namoricos, as noites karaoke e as festas, a ida a Londres que tantas coisas arranjámos, os museus interessantes, o passeio de barco em Londres a feira do Mar que assistimos junto a praia e o fogo-de-artificio que tivemos oportunidade de assistir, os jogos de futebol que víamos e não
esquecendo os episódios divertidos e inimagináveis que decorreram ao longo desses dias tão bem passados!
As escapadelas que dávamos durante a noite para nos encontrarmos que nos marcaram a todos de recordações, íamos à praia, passeávamos pelas ruas com loucura e de madrugada chegávamos cada um a sua casa em pontinha dos pés para ninguém acordar. Era o nosso pequeno grande segredo. Durante o dia a manhã era feita na sala de aula e no intervalo animado, as tardes eram com os amigos ora na praia, nas ruas, nas lojas enfim a companhia era essencial e nessa praia durante a noite coisas novas foram experimentadas e vividas. Por sorte mal chovera durante os dias que lá permanecemos e como por um fio os dias sumiam e nós receávamos o último dia, que chegou mais cedo do que era esperado, os abraços aos amigos feitos de outros países reforçavam-se com carinho e no aeroporto em Lisboa as lágrimas deslizaram pelas faces de muitos. Não consigo escrever isto de maneira indiferente, sem conter um sorriso de nostalgia e uma lágrima amiga. Porra quero voltar lá e viver tudo mas com um suspiro domino as minhas emoções com a noção que não posso voltar a viver o passado e com um sorriso de alegria por um dia quem sabe ... Voltar!!!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Noite que envolves


Mais uma noite voa pelo Mundo,

Mistério profundo de sombras,

És de admirar e eu admiro-te!

Cada estrela, cada brisa,

cada beijo teu na minha testa, todas as noites,

trazes os sonhos para mim, e levas a crueldade contigo sem que ninguém a veja.

És uma protectora de seres, de lágrimas de amor

e guardas no teu enorme coração o sofrimento de muitos povos mutilados pela guerra.


No meu fiel ser,

recordo-te, todas a felicidades em que te prestás-te em vir ao meu encontro,

das noites loucas e divertidas que já passei sempre a teu lado,

dos desesperos que me magoavam,

e tu protectora lá vinhas para me defender e me aconchegar na manta quente do Outono,

nas alturas em que a mágoa me apertava, em que a felicidade sucumbia,

dos risos que partilhámos com amigos,

de beijos inúteis e gastos como um trapo.


Gostava de abraçar a lua,

as tuas sombras nas árvores até me assustam por vezes,

mas não fazes por mal,

Em ti escondes os segredos que mais anseio nesta minha vida desvendar,

e pergunto-te...

Serei eu digna de desvendá-los?

Com a tua autorização?!

O frio que te envolve,congela-me por vezes.


És amiga das trevas, mas em ti também predomina bondade,

e eu não esqueço nada,

os meus olhos são postos em ti todas as noites,

as nuvens dançam em torno de mim mesma,

sorriu tonta na ilusão da vida,

em que a morte surge em cada esquina,

por mim ficaria na Eternidade,

mas sempre contigo, claro.


Existem mil gestos teus na folhagem das árvores,

fluem suores frios na areia da praia,

o mar chia ao ver-te,

as lágrimas da face escorrem,

tens cansaço de vez em quando

para mim és viva e deslumbrante,

és o desgosto das borboletas e das andorinhas que cantam,

mas és a alegria e sufoco de outros. Como eu.


E mais uma vez encontro a tua face aveludada e misteriosa...

Noite







Noite escura que desces com mistério até ao mais profundo do meu ser, abdicas da tua penumbra para me acariciares como se fosses uma pena de cisne negro que tanto me amaciava a face, o sonho era grande, como a minha loucura que me cantava ao ouvido em uníssono.
Queria as estrelas e a lua que cheia me fazia imaginar o carinho de um beijo entregue pelo vento, um vento fraco por assim dizer uma brisa, uma aragem vinda da floresta que me assustava mas ao mesmo tempo me atraía, cada complexidade do meu ser, cada veia, cada textura da minha pele que se arrepiava ao pensar no que a noite carregava, por de trás daquelas nuvens.
As folhas que deslizavam pelo chão fraco em que a minha pessoa andava sem rumo à procura de um sinal que eu inventava e esperançava, mas nada, nem uma estrela cadente se delineava no céu escuro e belo que eu amava a cada segundo que passava vagarosamente.

Não nego saudades da praia que frequentara em Verões passados, quentes e que mergulhava no mar suave e prateado que se encaminhava no meu horizonte todas as noites. O sal que eu servia como se de água potável se tratasse.
Quero um dia passar a barreira e tentar acreditar que o sonho é possível ser real. E hoje, dia 13 de Janeiro de 2009, à 1.55 da manhã me debato com pensamentos que deambulam na minha mente fragilizada pela febre que senti, a lua amiga que me olha do seu infinito véu cor cinza e me guia. O caminho que o destino me ditou ao qual não sei responder mas sigo, sigo sem temer, procuro perguntas novas enquanto respondo ( ou penso responder ) às antigas, mas novamente as mesmas interpelam e me deixam ainda mais confusa, não existe maior beleza que ultrapasse uma boa maneira de ser, por vezes não o sou por outras até caminho para tal, penso que seja assim com todos. Poderia ser egoísta ao ponto de não querer sequer referir os « outros », mas assim iria excluir-me do resto da humanidade que por muito errada possa ser, até tem algo positivo em muita coisa, porque afinal " errar é humano " e eu erro e aprendo com isso, ora o ponteiro do relógio não para, mas a minha vida também não para e que não saí de casa hoje devido à minha amigdalite então vou-me deixar adormecer até o meu corpo não puder mais.

O brufen faz efeito e sinto-me ligeiramente acalorada, finalmente a febre desapareceu e eu ando feliz da vida com os meus problemas e tal, e mais uma vez torno a dizer como os outros. No entanto, nao refiro nenhuma mentira, realmente é verdade. Todos temos problemas, se assim não fosse teríamos uma vida perfeita, possivelmente seria aborrecido e exagerando ( ou não ) a taxa de mortalidade subiria. Olho de relance pela janela do meu quarto e a minha Estrela lá está viva e misteriosa, como és grande. Admiro-a com serenidade e paz, será que... Não termino a minha questão, mas termino o texto dizendo " Quem me dera ". Boa noite...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Açores - Parte I



Tudo começou quando abri os olhos naquela manhã fria dos Açores, naquela pequena ilha nada acontecia, a vida de cada um era a aventura dum povo, todos os dias ia à praia, o frio levava com ele as folhas, o vento era brusco mas tão meigo ao passar-me na face... as ruas que percorria vezes sem conta cansada de tudo aquilo. Não via hora de voltar para o meu Portugal em Lisboa.
Nesse dia como todos os outros caminhei para a minha “escolinha”, minha mãe estava comigo naquele pequeno e belo mundo sei que era belo as gotas de chuva a beijarem as vitrines do meu quarto, todas as noites era assim , raro era o dia em que a chuva não se encontrava na vitrina do meu quarto. O frio trai a saúde dos que desconhecem aquele tempo, como era o meu caso... e eu sofria nessas alturas, a voz desaparecia-me por vezes mas os dias na praia eram tudo, bastava abrir a janela vislumbrava logo um mar vasto e delicado, ao ir em sua direcção passava pelo campo seco de frio, lá existia o meu cão, como dizia repetidamente, era negro como o negro que a areia da praia tinha, era grande robusto pobre de si, sem ninguém sem um companheiro... as vacas e os touros admiravam-se por passar naqueles campos selvagens, mas eu gostava, tinha gosto naquela pequena selva. E assim, mergulhada nestes pensamentos de criança ou mais crescidos que quando dei por mim já a minha mãe tinha retirado a mão da minha e assim me encontrava nos portões da”escolinha”, sim tinha uns quatro anos e sempre disseram “escolinha” e eternamente o ficará. Aquele povo que afinal também é o meu, as panquecas com leite que todas as manhã nos apresentavam eram deliciosas, as brincadeiras naquele jardim gigante, os baloiços e os brinquedos da Disney que nos fantasiavam dias sem descanço, as aulas de música e a pequena igreja que constantemente me ofereçiam o chamado Pão de Deus humm, que bom que era ao fim de tantos anos pareçe que ainda lhe sinto o sabor! As casinhas pintadas de branco e a minha melhor amiga que não se fartava de ir comigo à praia, os jardins com rosas amarelas e vermelhas que sempre foram um sonho que não quero esquecer... tenho saudades um dia tornarei àquela terra que também me criou.
Agora vejo-me bem mais crescida em frente a um computador ofereçido por amor, um amor que talvez terminado deixará lembranças boas e más tal como os Açores deixaram no meu ser.
São nove da manhã e ouço Mariza, olho fora da janela e o tempo frio congela-me os ossos, gostava de mandar uma carta à minha amiga dos Açores, mas ao fim de tantos anos ela já não se deve recordar de mim, nem memórias deve ter dessa infância antiga que guardei para sempre no meu coração.
O que estou para aqui a escrever é como uma regressão ao passado, não a outras vidas mas para mim, o meu passado vale ouro e por mais que me tivesse custado a vive-lo ou tivesse sido a minha maior felicidade ou um simples suspiro que o vento levou, eu jamais o quererei esquecer e se um dia o esquecer contem-me por favor com calma, mas desconheçe-lo não. Faz parte de mim como um orgão meu, um coração, um pulmão.

Peugas


O melhor gatinho do Mundo!!!!


Apareceu na rua, doentinho e sem uma ponta de saúde, que donos vergonhosos os que abandonaram o pobre bichano...

Depressa foi acolhido, no seio de uma família afectuosa e justa.

Foi então que começou a crescer, agora esta com alguns mesinhos, e quem diz que os gatos não são amigos, então engana-se, este ate me faz festinhas com a patinha e quando fico doente não se esquece de ser uma boa companhia.

Os animais são das melhores "coisas" que um ser humano tem a sorte de "ter" e pena e que muitos não os saibam respeitar.