sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Broadstairs







O avião partira e todos falávamos e riamos, alegres com os 15 dias maravilhosos que nos esperavam, naquele local distante.
A família que me acolheu era surpreendentemente simpática, lembro-me de passar horas a fio durante a noite a observar toda aquela terra que tão rápido me prendeu o coração, as luzes da noite que me encadeavam, o silêncio devastador que eu tanto apreciara, o mar macio que rebolava negro com a lua que insidia nele e com as suas estrelas reluzentes que guardo com amor. Lá estava eu, sentada na janela com as pernas descansadas no telhado da casa, sozinha naquele sótão agradável com riscas verdes e azuis que cobriam as suas paredes, e o som do piano que eu imaginava na minha mente ao observar o mar e a pensar em tudo.
Mais um dia passava, as aulas de manhã recomeçavam e eu com uma felicidade que me admirava a mim mesma! Os meus colegas e amigos que fizera naquele curso lá estavam à porta da casa que me acolhia esperando por mim. O pequeno-almoço tomado num ápice e a excitação era certa, na sala de aula e fora dela formava-mos grupos com quem fizera-mos amizades, éramos portugueses, franceses, espanhóis, italianos, turcos enfim tudo! Ora falávamos em português ou em espanhol ou em inglês com tentativas falhadas e também acertadas mas, todos entediam mesmo quando misturávamos português com espanhol ou inglês com espanhol, era incrível como todos nos dávamos bem. As palhaçadas que fazíamos na rua, as discussões entre raparigas os namoricos, as noites karaoke e as festas, a ida a Londres que tantas coisas arranjámos, os museus interessantes, o passeio de barco em Londres a feira do Mar que assistimos junto a praia e o fogo-de-artificio que tivemos oportunidade de assistir, os jogos de futebol que víamos e não
esquecendo os episódios divertidos e inimagináveis que decorreram ao longo desses dias tão bem passados!
As escapadelas que dávamos durante a noite para nos encontrarmos que nos marcaram a todos de recordações, íamos à praia, passeávamos pelas ruas com loucura e de madrugada chegávamos cada um a sua casa em pontinha dos pés para ninguém acordar. Era o nosso pequeno grande segredo. Durante o dia a manhã era feita na sala de aula e no intervalo animado, as tardes eram com os amigos ora na praia, nas ruas, nas lojas enfim a companhia era essencial e nessa praia durante a noite coisas novas foram experimentadas e vividas. Por sorte mal chovera durante os dias que lá permanecemos e como por um fio os dias sumiam e nós receávamos o último dia, que chegou mais cedo do que era esperado, os abraços aos amigos feitos de outros países reforçavam-se com carinho e no aeroporto em Lisboa as lágrimas deslizaram pelas faces de muitos. Não consigo escrever isto de maneira indiferente, sem conter um sorriso de nostalgia e uma lágrima amiga. Porra quero voltar lá e viver tudo mas com um suspiro domino as minhas emoções com a noção que não posso voltar a viver o passado e com um sorriso de alegria por um dia quem sabe ... Voltar!!!

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