terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Noite







Noite escura que desces com mistério até ao mais profundo do meu ser, abdicas da tua penumbra para me acariciares como se fosses uma pena de cisne negro que tanto me amaciava a face, o sonho era grande, como a minha loucura que me cantava ao ouvido em uníssono.
Queria as estrelas e a lua que cheia me fazia imaginar o carinho de um beijo entregue pelo vento, um vento fraco por assim dizer uma brisa, uma aragem vinda da floresta que me assustava mas ao mesmo tempo me atraía, cada complexidade do meu ser, cada veia, cada textura da minha pele que se arrepiava ao pensar no que a noite carregava, por de trás daquelas nuvens.
As folhas que deslizavam pelo chão fraco em que a minha pessoa andava sem rumo à procura de um sinal que eu inventava e esperançava, mas nada, nem uma estrela cadente se delineava no céu escuro e belo que eu amava a cada segundo que passava vagarosamente.

Não nego saudades da praia que frequentara em Verões passados, quentes e que mergulhava no mar suave e prateado que se encaminhava no meu horizonte todas as noites. O sal que eu servia como se de água potável se tratasse.
Quero um dia passar a barreira e tentar acreditar que o sonho é possível ser real. E hoje, dia 13 de Janeiro de 2009, à 1.55 da manhã me debato com pensamentos que deambulam na minha mente fragilizada pela febre que senti, a lua amiga que me olha do seu infinito véu cor cinza e me guia. O caminho que o destino me ditou ao qual não sei responder mas sigo, sigo sem temer, procuro perguntas novas enquanto respondo ( ou penso responder ) às antigas, mas novamente as mesmas interpelam e me deixam ainda mais confusa, não existe maior beleza que ultrapasse uma boa maneira de ser, por vezes não o sou por outras até caminho para tal, penso que seja assim com todos. Poderia ser egoísta ao ponto de não querer sequer referir os « outros », mas assim iria excluir-me do resto da humanidade que por muito errada possa ser, até tem algo positivo em muita coisa, porque afinal " errar é humano " e eu erro e aprendo com isso, ora o ponteiro do relógio não para, mas a minha vida também não para e que não saí de casa hoje devido à minha amigdalite então vou-me deixar adormecer até o meu corpo não puder mais.

O brufen faz efeito e sinto-me ligeiramente acalorada, finalmente a febre desapareceu e eu ando feliz da vida com os meus problemas e tal, e mais uma vez torno a dizer como os outros. No entanto, nao refiro nenhuma mentira, realmente é verdade. Todos temos problemas, se assim não fosse teríamos uma vida perfeita, possivelmente seria aborrecido e exagerando ( ou não ) a taxa de mortalidade subiria. Olho de relance pela janela do meu quarto e a minha Estrela lá está viva e misteriosa, como és grande. Admiro-a com serenidade e paz, será que... Não termino a minha questão, mas termino o texto dizendo " Quem me dera ". Boa noite...

1 comentário:

  1. Apesar da febre que te envolve, e os pensamentos que possas estar a sentir ao escrever, tens me aqui para aguçar um pouco o teu gosto e suavizar a dor de garganta que te atinge nesta altura. eu só teu

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