quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ausência


Quando sentes que tudo à tua volta te volta as costas, todos os sentimentos se confundem e tu só sentes senão dor, uma dor aguda que te perfura a cabeça sem piedade e te consome o corpo, te impede de gritar quando tens de aliviar a dor e mágoa, te cega de medo e tristeza, e na solidão encontras a oportunidade do segredo, da calma que te aprofunda ainda mais as más lembranças e os problemas, a escuridão me suga da alma toda a força e vivacidade que até então tinha, quando olhava pela janela do 53 com os amigos e ria, ria, gozava e julgava ter tudo controlado e nas mãos, mas, de repente o meu cantico, o meu sossego evapora e um sentimento vira outro e torna um sonho azul num pesadelo negro e sangrento que marca, não sara, a minha esperança já foi maior agora sinto-me caída num abismo sem trepar, as forças já não sobram nem tenho dedos, os dedos cortados a custo da dor, agora o sangue escorre-me e eu não o vou parar, não o vou impedir de me envolver, se for este o preço a pagar, seja para esquecer, para ser feliz ou para descansar sossegada, para uma eternidade desconhecida ou um simples profundo azul, estas lágrimas doem tanto, a dor que aperta arde me e queima-me. O espaço que agora vazio era preenchido pelo coração, agora comporta uma dúvida envolvida em misto sentimentos, saudades e sussurros de outros mundos.

O fogo dos olhos passaram a um verde amarelo seco e enevoado, as noites custam a passar e os ouvidos cheios, não cabe mais nada, sou incapaz de raciocinar, estou exausta e dividida de sentimentos, a razão de um lado perspicaz que tenta ver o que é bom para mim, e o coração bondoso, que perdoa puxa-me à razão mas que se unem e se separam, instantaneamente, a determinação, primeiro define-se mas na hora a seguir já muda o rumo, na sina que se desenha na mão, tudo continua confuso por se decidir, e a vida a escassear, os sonhos e desejos em vão, apodreceram com tanta merda que me foi feita, crueldade, orgulho, brutidão, falta de respeito, e eu olho para tudo isto, e indecentemente luto sem forças e com paixão que me carrega este fardo e me impede, lá está o coração a falar mais alto, mas desta vez, talvez seja a razão a ganhar, se não estariam unidos- coração e razão juntos num só, como sempre, na altura da sinceridade, do ar puro e da felicidade tão simples e delineada.

Se tiver um presente, já sei qual é...

1 comentário:

  1. Está muito bem escrito o texto ^^
    Mostra realmente a dor que sentes, espero k sigas o melhor caminho.
    Bjx***

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