terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Texto-Liberdade


As nuvens lá fora ameaçam a reviravolta do tempo, este frio que se sente entre as malhas do casaco e o céu cinzento porém, o Sol abafa cada ar que me absorve, as folhas tombam das árvores que por sua vez rebolam pelo chão alcatifado de cimento gasto, por onde tantos seres do passado pisaram e que agora eu um ser mínimo ando com desprezo e distraidamente a olhar em meu redor em busca de seres idênticos a mim, que todos procuram alo forte, uma paz concebida em eternas horas ou um simples toque de ternura.

Já o dia finda e no céu o Sol trespassa as nuvens enchendo a felicidade no jardim, lá fora a concentração de seres atinge o passeio e em grupos se estendem na erva a "fazer" uma felicidade enganosa. Mas, que interessa isso? Desde que haja alegria tudo de bom então!

Tenho vontade de sair desta prisão, e deixar para trás o cheiro podre a madeira para sentir um cheiro leve a rosas, olho cansada para a janela e revejo os prédios velhos repetidamente. Já cumpri o meu castigo, mas conscientemente sei que não aprendi totalmente. Agora que vejo os dias que passaram e a hora que tende a cair no relógio, penso ingenuamente em saborear um gelado, refresca-me e voltaram depressa o tempo de felicidade, o Verão e o prazer do mar azul que me encanta com as suas lágrimas. O poeta de olhos azuis teima forçoso em cair e esfregar-se em cada janela, em cada face de raiva, de lamento, de paixão. O poeta devolve-me as saudades até que me adapto a ele, que me beija a testa e como festas desliza-me pela face rosada, com ele aprendo muito, e sei relaxar, uma sensação de feliz liberdade me protege , uma energia e uma paz de espírito tão pura e intensa...

E algo físico me provoca dor. Levanto-me tonta e deparo-me com a Liberdade!

Aquela vida que julguei perdida um dia, que não voltará igual mas diferente e agora melhor do que depender de mim.

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