domingo, 18 de janeiro de 2009

Mudanças

Quero cantar à chuva, e sentir cada gota como uma lágrima minha doce e suave que tanto prazer dá. Tenho saudades dos raios de sol exaustivos, das nuvens de algodão doce que na praia observo melancolicamente, imaginando formas e sonhos.
Envolver-me no mar brando, e perdida nos sorrisos que me abstraem das preocupações que não me afectam, deitar-me na areia macia que de noite me acaricia o corpo e me prende sem esforço. O som da viola que esvoaça pelo ar e sobressalta os corações vazios que vão de vento em vento com tristeza e a alegria de muitos, desejo deitar-me naquelas mesas de pedra e encostar a cabeça a alguém podendo gritar de alivio com o sol por cima a felicitar-me de viver num mundo tão belo e ao mesmo tempo que se destrói, desgraçadamente!

Quero sentir o perfume das flores e receber uma rosa negra num dia de chuva, aquecer-me com ternura num abraço, rir desalmadamente no jardim fora de mim, e chorar no peito quente e protector, sinto quase um beijo no meu rosto e com o esplendor da amizade que existe em tantos seres sinto-me em harmonia com a Lua e com o Sol, a Natureza que eu quero afogar na minha alma e retenho numa folha de papel que escrevo à luz da Lua Cheia que me acode nos momentos mais difíceis da minha existência.

Quero, preciso tanto de sentir o mar salgado a agarrar-me o corpo e me prender. Sentir o sal no meu cabelo e rebolar num campo de malmequeres cheio de sol e borboletas a esvoaçarem num rosto autêntico, quero olhar para trás e pensar que... O pesadelo terminou ou não passou de uma alucinação.

O filme lamechas passa na televisão e eu agarro-me à almofada de seda a comer chocolate, hum... tão bom!

As pequenas coisas da vida são fantásticas. Eu sei que ainda pouco sofri nesta vida, o meu Destino lá se vai cruzando por caras feias e moribundas ou com sorrisos inocentes, mas felizmente cá percorro este caminho das estrelas com amigos e a chorar não vale a pena, mas ajuda muito, quero que me levem daqui e voe para além de tudo isto, virar as costas ao passado não vale a pena, mas sim sorrir abertamente com o que vivi, e não lamento só agradeço, aprendi muito e utilizarei o que aprendi para o meu futuro, mas realmente o presente será vivido e é tão bom poder agarrá-lo com as duas mãos, absorvendo o que me faz sorrir e o que me faz sofrer, viver com força e sobreviver, o que correr mal terá de ser superado, mas que lindo dia o que eu sonho esta noite de mãos dadas e com uma chuva rebelde que me mantém acordada. Quero sentir tudo, a brisa do mar, a saudade que me faz querer voltar e o beijo quente de uma noite. Quero correr pelo areal e cantar ao desconhecido o que eu sonho e mais amo nesta vida.

Sem comentários:

Enviar um comentário